Entrevista com o professor Rubens Lopes Netto, medalhista de ouro na primeira edição da OPMbr

Rubens Lopes Netto
Anapurus-MA
Professor das redes municipal e estadual
  1. Conte um pouco sobre sua formação, trajetória acadêmica e atuação no Ensino de Matemática.

No Ensino Médio cursei o Magistério, mesmo sem ter interesse em ser professor, na época foi por falta de opção. Daí me descobri professor e fui só me especializando na área e assim continuo. Sou graduado em Matemática pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI (2006), especialista em Matemática pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2009), especialista em Gestão e Ensino de Tecnologias da Informação, Comunicação e Inovação pela Faculdade de Tecnologia IBTA (2010), mestre em Matemática pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA (2017) e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica (PPGECT) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ingressei na carreira de professor no ano de 2002, aos 18 anos, sem querer, por meio de um concurso para professor de 5ª a 8ª série em que minha mão me inscreveu pra fazer, do município de Anapurus, vizinho ao município de Mata Roma, onde residia na época. Eu tinha acabado de concluir o Magistério, no final de 2001. Lembro como se fosse hoje quando, ao ser informado que ela iria fazer minha inscrição, eu a pedi que fizesse para o local que tivesse mais vagas e menos concorrência, pois eu não iria estudar para esse concurso. Acabei inscrito e depois aprovado para o Grupo Escolar Vicentina V. dos Santo, no povoado Bebedouro, um dos mais distantes da sede do município, onde ainda não havia energia elétrica nem serviço de abastecimento de água. Passei três anos trabalhando lá e vive diversas experiências atuando na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos.

Em 2003 fui aprovado em um seletivo para uma única vaga no povoado em que trabalhava, no Programa Vamos Ler, programa lançado pelo governo do Estado do Maranhão para a Educação de Jovens e Adultos e atuei no programa durante o ano. Ainda em 2003 fui aprovado no vestibular e ingressei na graduação. Em 2005 fui transferido para a Escola Nadir Monteles, na sede do município, para lecionar no Magistério, e fui aprovado no meu segundo concurso de professor de 5ª a 8ª série, desta vez para a sede do município de Mata Roma, ingressando na rede em 2006, no Colégio João Bernardo Neto. Ainda em 2005 fiz um concurso para professor do Ensino Médio da rede estadual do Maranhão, pro município de Chapadinha, pois era o local mais próximo onde havia vagas, na intenção de ficar na suplência, pois só estava com 50% da graduação concluída e era pré-requisito para investidura no cargo, o que acabou dando certo, pois fui convocado em 2008. Em 2008 saí da rede municipal de Anapurus e em 2009 passei no meu segundo concurso pra professor do Ensino Médio do Estado, dessa vez para o município de Anapurus, ingressando em 2010. Em 2008 e 2009, enquanto cursava a especialização em Matemática pela UFSC, atuei como tutor do curso de graduação em Matemática ofertado também pela UFSC. Ainda em 2009, atuei como professor do curso Vestibular da Cidadania para Inclusão Social, da extinta Universidade Virtual do Maranhão – UNIVIMA. Em 2011 consegui minha remoção da primeira matrícula do Estado de Chapadinha para Anapurus e continuei atuando lá, no C. E. Deputado Júlio Pires Monteles atuando e no município de Mata Roma no Colégio Marcelino Monteles até o mês de julho deste ano, quando entrei de licença para cursar o doutorado.

Então, já se foram quase 23 anos de atuação como professor, tendo a oportunidade poder ter atuado em diferentes modalidades e níveis de ensino.

2. Por que fazer a OPMBr? Como foi participar da seleção e ser medalhista?

Participar da OPMbr foi a realização de um sonho antigo que tenho desde a primeira edição da OBMEP, em 2005, quando eu já era professor e, portanto, não tive a oportunidade de participar desta importante competição dessa disciplina que tanto amo. Sempre levei a OBMEP e o ambiente olímpico pra minha sala de aula, desde a primeira edição, mas só podia me realizar através das conquistas dos meus alunos. A OPMbr foi a oportunidade que eu tanto esperei para buscar a realização por mim mesmo.

Participar da seleção foi um grande desafio, mas confesso que não tinha muitas expectativas com relação ao resultado. Eu até tentava me imaginar conquistando um bronze, mas como costumo dizer, nem em meus melhores e maiores sonhos eu sequer ousaria ter sonhado em ser um medalhista de ouro. Eu relutei em acreditar, mesmo com o anúncio na live da premiação. A ficha não queria cair. Foi um incrível misto de sensações (felicidade, alívio, satisfação, gratidão e euforia).

3. Como foi o intercâmbio em Shanghai na China? Conte sobre a experiência das visitas nas empresas, escolas, universidades e outros lugares que gostaria de destacar.

O intercâmbio foi a realização de um outro sonho inimaginável, para mim. Viajar para outro país, vivenciar um pouco de uma cultura totalmente distinta da nossa e poder ver como a Educação funciona por lá e o que podemos aplicar aqui para melhorar a nossa foi uma experiência incrível. A visita às empresas nos serviu para conhecermos um pouco das novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas como potenciais recursos para a Educação e qualidade de vida.

Visitar as escolas e universidades foi superimportante para traçarmos um paralelo com nossas escolas e universidades e podermos trazer o que podemos implementar, dentro de nossa realidade. Também tivemos a oportunidade de conhecer pontos turísticos, centros comerciais e culturais, o que tornou a viagem ainda mais magnífica. Não poderia deixar de mencionar o bônus de podermos passear e conhecer alguns pontos turísticos de Paris, na escala do voo de ida. E ainda tivemos uma experiência emocionante de estarmos em meio a um tufão de uma magnitude que não acontecia em Xangai havia 75 anos. Aprender a utilizar o metrô de Xangai também foi um bom desafio.

4. O que achou da experiência do Teaching Research Group? Na sua opinião, daria para implementar nas escolas do Brasil?

O Teaching Research Group é uma excelente forma de trabalho e muito do que vimos por lá pode ser implementado aqui no Brasil. É fato que há pontos que exigiriam um alto investimento em estrutura e outros que demandam uma drástica mudança cultural, então, esses pontos não são possíveis de serem implementados aqui, mas há outros que dependem apenas de força de vontade e mudança e flexibilidade para podermos integrá-los à nossa prática.

Alguns exigem um certo investimento, mas dentro do alcance e outros demandariam mudanças possíveis na formação dos professores, o que levaria algum tempo, mas também são totalmente plausíveis.

5. O que você destacaria sobre o Ensino de Matemática na China? Na sua opinião, depois de alguns anos, o que fez a China obter ótimos resultados em avaliações, como por exemplo no PISA?

A primeira grande diferença é cultural. A Educação é realmente encarada como prioridade pelas famílias, o que faz com que os filhos sejam conscientizados da importância de receberem uma boa Educação, fazendo com que sejam estudantes comprometidos, respeitosos e responsáveis. O fato de, devido à grande demanda, o Ensino Médio não ser ofertado a todos e seu ingresso ser por meio de exame seletivo feito em uma única oportunidade, sem segunda chance, sendo que apenas 50% dos alunos do Ensino Fundamental conseguem o ingresso, faz com que não haja reprovação durante o Ensino Fundamental. Os alunos são submetidos a avaliações periódicas ao longo dos anos letivos, mas não em caráter aprovativo/reprovativo. O aluno realmente se dedica a aprender pois sabe que ao final do Ensino Fundamental só terá uma chance de seguir para o Ensino Médio.

Cada professor só leciona em duas turmas de mesma série/ano, uma aula por dia, de segunda a sexta e o restante do tempo ele planeja suas aulas, corrige tarefas, elabora tarefas e avaliações, participa de reuniões e atende alunos com maior dificuldade. Os livros didáticos são produzidos pelos seus melhores professores e não são comercializados, inclusive, os autores não recebem pagamento.

Os professores que estão ingressando no magistério são tutorados por professores mais experientes durante o período de um a três anos. Todas as escolas são de tempo integral e com excelente estrutura.

Os melhores professores gravam videoaulas que ficam em uma plataforma para auxiliar alunos que faltaram às aulas ou para auxiliar professores que estejam com dificuldade para ministrar aquele conteúdo. Os alunos não podem portar celular na escola.

6. Do aprendizado e modelo de ensino de Matemática na China, o que gostaria de levar ou já levou para a sua sala de aula?

O método “step by step” (passo a passo); o estabelecimento de objetivos em quantidade níveis possíveis de serem alcançados em cada aula; aulas estruturadas em tarefas gradativas (tasks); planejamento coletivo; aulas públicas; reuniões semanais (aqui poderiam ser quinzenais, por exemplo) para discutir dificuldades de aprendizagens das turmas ou de abordagens das aulas; atendimento individual dos alunos com maior dificuldade.

7. Fale um pouco dos Workshops sobre o intercâmbio na China que estão planejando. Como e quando será?

Os workshops ainda estão em fase de elaboração e planejamento, mas a ideia é de possibilitar vários formatos de apresentação (palestras, minicursos, oficinas, mesas redondas, dentre outros), com o intuito de disseminar em nossos Estados e nos demais que se interessarem o que foi apreendido da Educação de lá que está rendendo bons frutos e pode ser replicado ou adaptado aqui no Brasil. A previsão é que aconteçam em janeiro e/ou fevereiro do próximo ano.

8. Após a participação no intercâmbio, sua vida profissional mudou?

Com toda a certeza. Tenho tido mais reconhecimento do meu trabalho e algumas oportunidades de participar e de contribuir em alguns espaços e eventos, de natureza acadêmica ou profissional, que visam promover uma reformulação de Educação Matemática, o que tem sido extremamente enriquecedor por toda a troca de conhecimentos e experiências vivenciada.

9. Que conselhos você daria para os professores que desejam participar da próxima edição da OPMBr?

Buscar não ser apenas um professor que gera bons resultados para a escola, mas ser um professor que faz a diferença e impacta seus alunos, e mostre para os alunos o prazer que ele tem em lecionar Matemática, para que os alunos possam ser contagiados e desenvolver o prazer por aprender.

10. Gostaria de complementar mais algum detalhe?

    Esta foi a primeira edição da OPMbr e sei que ela mudou a vida de muitos dos professores que participaram dela, então, que nas próximas edições nós tenhamos milhares de professores pelo país entusiasmados para participar, pois tenho certeza de que nós somos apenas o início de uma revolução no ensino da Matemática em nosso país.

    Entrevista com Silmara Louise da Silva, medalhista de ouro na primeira edição da OPMbr

    Silmara Louise da Silva
    Poços de Caldas – MG
    Professora das redes municipal e estadual

    1. Conte um pouco sobre sua formação, trajetória acadêmica e atuação no Ensino de Matemática.

    Desde criança, meus pais me incentivaram a brincar com jogos e atividades que envolviam lógica e matemática. Essa curiosidade foi crescendo comigo e, quando chegou a hora de escolher uma carreira, já sabia que queria seguir esse caminho. Escolhi a licenciatura em Matemática, tanto pela afinidade quanto pela acessibilidade, e minha primeira experiência foi no ensino de jovens e adultos, algo que transformou profundamente minha visão de ensino. Ali, com alunos de diferentes idades e vivências, aprendi o valor da empatia e da paciência. Vi como é essencial acolher as dificuldades dos estudantes e oferecer um ambiente onde eles se sentem à vontade para errar e aprender. Durante 14 anos de docência, sempre tento criar esse espaço seguro para meus alunos, onde eles podem fazer perguntas sem medo de julgamento. Sinto que essa abertura e confiança são o que torna nosso aprendizado mais verdadeiro e significativo.

    2. Por que fazer a OPMBr? Como foi participar da seleção e ser medalhista?

    “Quando meu orientador me falou da OPMBr, fui com o coração aberto, mas sem grandes expectativas. Não achava que fosse chegar tão longe, muito menos ser medalhista. As etapas de seleção foram, para mim, acontecendo de maneira natural: na primeira fase, respondi uma prova onde pude mostrar meus conhecimentos e prática pedagógica; na segunda, gravei um vídeo com depoimentos de alunos e colegas sobre o impacto do meu trabalho, algo que me emocionou profundamente. Na última fase, pude compartilhar minha paixão pelo ensino e pela matemática em uma entrevista que coroou todo esse processo. Esse reconhecimento foi uma surpresa linda e me fez ver que a dedicação de todos os dias realmente faz diferença.”

    3. Como foi o intercâmbio em Shanghai na China? Conte sobre a experiência das visitas nas empresas, escolas, universidades e outros lugares que gostaria de destacar.

    “Shanghai foi uma experiência transformadora em vários sentidos. Quando vi como é o ingresso dos alunos no ensino médio na China, fiquei surpresa e um pouco chocada: apenas metade dos jovens tem a chance de seguir para o ensino médio regular. Isso os motiva a estudar intensamente desde cedo, o que acaba moldando toda a dinâmica educacional. Também fiquei impressionada com o tempo e o cuidado que os professores têm para planejar suas aulas e dar feedback aos alunos. Diferente de nós, eles conseguem se concentrar em menos turmas e têm o apoio de uma estrutura que realmente valoriza o tempo de planejamento. Isso me inspirou muito a repensar a organização do meu próprio trabalho e a valorizar ainda mais cada momento de preparação.”

    4. O que achou da experiência do Teaching Research Group? Na sua opinião, daria para implementar nas escolas do Brasil?

    “A experiência do Teaching Research Group foi reveladora e muito enriquecedora. Ver os professores se reunindo para discutir práticas, trocar ideias e aprimorar seus métodos me fez sonhar em ver algo parecido no Brasil. Sei que temos muitos desafios, como a alta carga horária dos professores e as jornadas duplas ou até triplas de trabalho, mas acredito que, com esforço, algumas escolas poderiam encontrar formas de viabilizar esse tipo de encontro. Seria incrível ver mais espaços onde os professores pudessem se apoiar e evoluir juntos.”

    5. O que você destacaria sobre o Ensino de Matemática na China? Na sua opinião, depois de alguns anos, o que fez a China obter ótimos resultados em avaliações, como por exemplo no PISA?

    “Na China, tudo parece planejado e estruturado de uma forma que realmente coloca a educação no centro. Os investimentos no desenvolvimento dos professores e a maneira como as políticas públicas incentivam a formação constante criam um ambiente onde o ensino de Matemática é levado muito a sério. É uma dedicação que transparece nos resultados, e acredito que esse comprometimento é o que faz a diferença nos números do PISA.”

    6. Do aprendizado e modelo de ensino de Matemática na China, o que gostaria de levar ou já levou para a sua sala de aula?

    “Voltei da China com uma vontade imensa de aprofundar cada conceito em vez de cobrir muitos tópicos de forma rápida. Esse foco no detalhe e na profundidade é algo que já comecei a implementar, tentando fazer com que cada tema ganhe um significado mais profundo para os alunos. Passei também a usar tarefas semanais, com feedback rápido, para que os estudantes vejam seu progresso e se sintam mais engajados. É gratificante ver como eles estão se dedicando mais, sabendo que vamos discutir os resultados juntos na semana seguinte.”

    7. Fale um pouco dos Workshops sobre o intercâmbio na China que estão planejando. Como e quando será?

    “Os workshops são uma oportunidade incrível para compartilhar o que aprendi e, ao lado de outros professores brasileiros, adaptar o que vimos na China para a nossa realidade. Nossa ideia é começar com encontros em nível local, por causa das nossas próprias cargas horárias, mas queremos expandir para diferentes formatos que possam atender escolas em qualquer lugar. Acredito que essa troca de experiências pode ser transformadora para todos nós e, no futuro, espero que esses encontros sejam sistematizados e se tornem momentos de muita aprendizagem e inovação.”

    8. Após a participação no intercâmbio, sua vida profissional mudou?

    “Com certeza. Sinto uma responsabilidade ainda maior com o aprendizado dos meus alunos e com o impacto que quero causar na educação. Além disso, venho participando de eventos educacionais que estão ampliando minha visão sobre a docência e me conectando a profissionais de destaque no cenário educacional brasileiro. Sinto que estou crescendo como educadora e como pessoa, e essa é uma mudança que levo comigo para a vida.”

    9. Que conselhos você daria para os professores que desejam participar da próxima edição da OPMBr?

    “Se você tem vontade de participar da OPMBr, vá com tudo! Acredite no valor do seu trabalho e no impacto que ele tem na vida dos seus alunos. Muitas vezes, nos sentimos isolados, achando que nosso esforço é pequeno, mas a verdade é que fazemos a diferença todos os dias. A OPMBr é uma chance de mostrar o que fazemos de melhor e de nos conectarmos com colegas incríveis que compartilham dessa mesma paixão.”

    10. Gostaria de complementar mais algum detalhe?

    “Gostaria apenas de reforçar o quanto essas experiências têm me feito crescer. Tanto a OPMBr quanto o intercâmbio em Shanghai me abriram os olhos para o potencial da colaboração entre educadores. Acho que estamos sempre aprendendo, e quanto mais dividimos nossas ideias e práticas, mais impacto conseguimos gerar na educação.”

    Entrevista com a Secretária Regional do Centro-Oeste Professora Maria Botelho

    1- Fale um pouco sobre sua formação, trajetória e atuação no Ensino de Matemática.
    Eu tenho Graduação, Especialização e Mestrado (PROFMAT) em Matemática. Sou professora efetiva da rede estadual de Minas Gerais. Iniciei a minha carreira docente em 1981 ministrando aulas para uma turma multisseriada em uma escola da zona rural e já trabalhei com todas as séries da educação básica, mas nos últimos anos só atuo no Ensino médio.

    2- Como você vê a importância da atuação da ANPMat no atual cenário?
    Eu acompanho a atuação da ANPMat desde a sua criação e participei de todos os Simpósios de Formação dos Professores de Matemática realizados pela associação desde 2015, sendo que em alguns deles também ministrei palestras e/ou minicursos, com apoio da OBMEP.
    Sou testemunha de que a diretoria anterior e atual da ANPMat, juntamente com seus colaboradores não medem esforços no sentido de contribuir com a formação continuada de professores de Matemática da educação básica. Além disso, ela tem disseminado cada vez mais novas ideias, promovido troca de conhecimento metodológico e tecnológico e; também experiências profissionais através da apresentação de trabalhos, realização de minicursos, apresentações de palestras durante a realização de Simpósios regionais e nacional, além de Lives e publicações mensais.
    Vale ressaltar que a maioria dos participantes dos eventos promovidos pela associação criam laços e compartilham suas experiências, vivências e conhecimento, durante e após os eventos. Isso evidencia a importância da ANPMat, que cada vez mais promove a disseminação de boas práticas, a socialização do conhecimento e dos docentes de todas as regiões do país.

    3- Na sua opinião, o que podemos fazer para melhorar o ensino de Matemática na Educação básica do Brasil?
    Na minha opinião nós: professores, pais, estudantes, sociedade e dirigentes temos que repensar o nosso compromisso com a educação como um todo. Precisamos de um planejamento de longo prazo resultante de ampla discussão, com investimento necessário e que não seja engavetado com a troca de governantes.
    O conhecimento, que na maioria das vezes os docentes adquiriram por conta própria, assim como as experiências exitosas devem ser reconhecidos e compartilhados, como por exemplo através das ações da ANPMat.
    Eu participei da OBMEP desde a sua criação em 2005, atuando na E.E Messias Pedreiro em Uberlândia-MG, uma escola que coleciona histórias de lutas, de superação e de conquistas em todas as edições. Somamos 653 premiações de 2005 a 2019, entre medalhas e menções honrosas; e, eu particularmente fui premiada em todas as edições que participei. Todos os anos nosso maior desafio era envolver todos os alunos e tornar a OBMEP inclusiva e não discriminatória.
    Desde 2012, nossos estudantes também participam de um projeto que oferece aulas de programação e preparação para a Olimpíada de Informática e outras competições. Os participantes, assim como acontecia durante a preparação para a OBMEP, atuam também como é multiplicadores, visando oportunizar um maior número de jovens atendidos pelo projeto. Posteriormente, esse projeto foi adaptado e estendido para outras escolas e cidades da região.
    As premiações na OBMEP e a participação nesse projeto de programação, premiados ou não, contribuíram para que os nossos jovens conseguissem bolsas de estudo, estágios e empregos bem remunerados no Brasil e no exterior; como no google, facebook e outras grandes grupos empresariais.
    Diante desses fatos, uma sugestão é que seja oferecido a todas as escolas da educação básica, oportunidade de ofertar aulas de programação básica e de programação quântica e que os professores sejam preparados para ministrar tais aulas.


    4- Como foi a sua experiência com o PROFMAT? O que mudou na sua vida com o PROFMAT?
    Iniciei o PROFMAT em um momento que estava me preparando para aposentar e eu diria que usei o PROFMAT e a bolsa que recebi como desculpa para continuar atuando na rede pública estadual. Cheguei a pedir e posteriormente revogar o afastamento preliminar para a aposentadoria, pois considero a sala de aula (presencial e/ou online) um ambiente desafiador e inspirador.
    Assim como a graduação e a especialização, o PROFMAT deixou lacunas que não foram preenchidas, mas foi sem dúvida uma experiência muito enriquecedora.

    5- Como está sendo a sua experiência com as aulas e atividades on-line?
    O volume de trabalho aumentou bastante, mas me sinto razoavelmente adaptada às ferramentas tecnológicas de ensino; e, tal fato em grande parte é devido a muito estudo, à cooperação dos colegas professores e à minha experiência com projetos de resolução de problemas e olimpíadas, que mesclava atividades online, presenciais e o uso de redes sociais; visando à mudança cultural necessária para que o estudante deixe de ter preconceitos com relação à Matemática e aprenda a aprender não só Matemática.
    Conviver, mesmo que virtualmente com os estudantes, acompanhá-los pelo WhatsApp, na plataforma Classroom (conexão escola), nas aulas pelo Google Meet; analisar as respostas das suas auto-avaliações e conhecer as dificuldades relatadas por eles em relação a rotina, desmotivação e aspectos emocionais, provocou em mim muitas reflexões e a confirmação de que nada foi fácil para ninguém, principalmente para quem não tinha conectividade ilimitada e se tem é por meio de um celular que muitas vezes é compartilhado; e, também deixou lacunas que devem ser preenchidas e dificuldades que devem ser sanadas.
    Por outro lado, tudo que experenciei e/ou observei imprime em mim coragem para seguir em frente e motivação para descobrir novas formas de ensinar e aprender.
    Sei que temos muito o que melhorar, mas fizemos o melhor que podíamos nas condições que nos foram dadas.
    Sei que a busca ativa e o apoio aos estudantes que atrasam a entrega das atividades por vários motivos é uma luta diária, mas fica a certeza de que novas metodologias, novas tecnologias são importantes; mas nada substitui as interações presenciais aluno-aluno e aluno-professor.

    Entrevista com o Secretário Regional da ANPMat da Região Nordeste Prof. Odimógenes Soares Lopes

    1- Fale um pouco sobre sua formação, trajetória e atuação no Ensino de Matemática.

    Graduado em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Estadual do Piauí (2001), Especialização em Administração Escolar pela Universidade Cândido Mendes (2003) e Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Luterana do Brasil (2009). Atualmente é professor titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) – Campus Floriano, com atuação em disciplinas do curso de Formação de Professores de Matemática.  Foi coordenador Institucional do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/IFPI 2011) no período de 2011 e 2012 e atualmente é coordenador do Curso de Aperfeiçoamento de Professores de Matemática do Ensino Médio (CAPMEM), vice-coordenador do Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (PROFMAT) e Diretor-geral do IFPI – Campus Floriano.

    2- Como você vê a importância da atuação da ANPMat no atual cenário?

    A ANPMat é uma organização de suma importância para disseminação de boas práticas, práticas inovadoras e experiências exitosas em ensino de Matemática, bem como de apoio aos professores de Matemática de nosso país, por meio da realização de eventos regionais e nacional que possibilitam a formação continuada em docência de Matemática.

    3- Na sua opinião, o que podemos fazer para melhorar o ensino de Matemática na Educação básica do Brasil?

    Trata-se de uma questão de difícil análise, mas, em sentido amplo, precisamos de mais investimento na Educação Básica em Escolas de Tempo Integral e foco na melhoria da formação dos professores de Matemática desde a formação inicial, além da valorização de professor, de modo geral.

    Assim,  poderemos ter mais investimentos e incentivos em bons programas e projetos como a OBMEP e o PROFMAT, que contribuem de sobremaneira com a melhoria do ensino de Matemática na educação básica em nosso país.

    4- Como foi (ou está sendo) a sua experiência com o PROFMAT? O que mudou na sua vida com o PROFMAT?

    Eu não sou egresso do PROFMAT, mas agora estou ministrando a disciplina Matemática Discreta, em parceria com o professor Ronaldo Campelo, e a experiência tem sido muito enriquecedora, uma troca de conhecimento entre professores, pois, ao passo que ensino, também aprendo com os nossos discentes.

    5- Na sua opinião, quais as influências positivas do PROFMAT na formação do professor da educação básica?

    Sem dúvidas, o PROFMAT tem contribuído significativamente para a formação do professor de Matemática da educação básica, pois o professor tem oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em importantes temas do ensino fundamental e médio ao mesmo tempo em que oportuniza a esse mesmo professor refletir sobre sua prática e construir conhecimento relacionado ao ensino de Matemática durante a produção de sua dissertação.

    6- Como está sendo a sua experiência com as aulas e atividades on-line? Alguma dica que considera interessante para o ensino remoto?

    Tive uma experiência com a disciplina Matemática Discreta no PROFMAT que  me oportunizou conhecer e utilizar novas tecnologias, tais como a lousa digital e o Google Meet, ferramentas que diminuem a distância entre professor e alunos.

    Entrevista com o secretário regional da ANPMat da Região Norte Prof. Aroldo Athias

    1- Fale um pouco sobre sua formação, trajetória e atuação no Ensino de Matemática.

    Decidi ser professor quando estava no 2º ano do ensino médio e considero que essa foi uma das decisões mais importantes de minha vida, pois não consigo me imaginar fazendo outra coisa. Mas nossas decisões não são simples resultado de nossa vontade, são também consequência de nossa história. Com excelentes professores na educação básica, mãe e tias todas professoras, não me faltaram exemplos para seguir. Não à toa, desde a 6ª série do ensino fundamental comecei a trazer colegas para estudar em casa, prática que virou rotina até o fim do ensino médio.

    Minha educação básica foi toda dentro de um modelo tradicional de ensino, em instituições privadas, e deu muito certo pra mim. Apesar disso, defendo a escola pública e penso que muitas práticas tradicionais de ensino precisam ser superadas. Sobre o ensino tradicional, penso que o fato de ter funcionado comigo não implica que funcione para a maioria das pessoas. Quanto a defesa da escola pública, e gratuita, vem da compreensão de educar é dar oportunidade e todos devem ter as mesmas oportunidades, não apenas quem pode pagar. Eu tive oportunidade de fazer minha escolha e escolhi ser professor. Não quero que a oportunidade que tive seja negada a outros. Negar educação a alguém é limitar seus sonhos, quero ajudar outras pessoas a sonharem, a verem que o campo de possibilidades que lhes é apresentado nem sempre representa tudo o que realmente está à disposição delas.

    A opção pela matemática veio depois da decisão pela docência. A Matemática era uma paixão pessoal e é bom ensinar sobre aquilo que se gosta. Fiz o curso de licenciatura na Universidade do Estado do Pará (Uepa). Foi na universidade que entrei em contato com as ideias de Paulo Freire e me identifiquei bastante com elas, mas daí a coloca-las em prática, há um grande abismo que ainda venho tentando transpor, mas acho que estou, aos poucos conseguindo.

    Dois anos depois de formado tive a oportunidade de me tornar professor efetivo da escola pública estadual. No começo, era um professor de matemática bem tradicional, mas com o tempo fui percebendo que essa postura não estava contribuindo para que os alunos aprendessem. Aos poucos fui modificando minhas práticas, encontrando meu caminho como professor. Cometi, e ainda cometo muitos equívocos, mas todos os erros foram ou são na tentativa de acertar.

    Em 2011, entrei no mestrado e o PROFMAT mudou completamente a minha vida. Mas vou deixar para falar mais sobre isso nas próximas perguntas.

    2- Como você vê a importância da atuação da ANPMat no atual cenário?

    A ANPMat é a Associação Nacional dos Professores de Matemática da Educação Básica. Logo, em seu nome carrega a missão de congregar os professores de matemática de todo país em uma imensa rede colaborativa. Mais do que nunca precisamos nos conhecer, compartilhar nossas experiências, saber o que está dando certo e o que não está funcionando. A pandemia criou um cenário no qual o ensino remoto se faz necessário, e com ele a demanda pela apropriação por ferramentas tecnológicas pelos professores. Colaborar com este processo de formação dos docentes é uma parte importante da missão da ANPMat, a qual esta vem buscando realizar através da realização dos Simpósios, de lives e de publicações.

    3- Na sua opinião, o que podemos fazer para melhorar o ensino de Matemática na Educação Básica do Brasil?

    Essa é uma questão complexa, pois depende de muitas variáveis. Melhorar a qualidade do ensino de matemática na educação básica perpassa pela melhoria do sistema educacional como um todo. Necessitamos de políticas públicas voltadas para educação que melhorem as condições estruturais de trabalho nas escolas, esse é um primeiro passo importantíssimo e que depende de vontade política e sabemos que, infelizmente, nossos governantes não costumam colocar educação como prioridade. E aí não basta colocar dinheiro na educação, é preciso garantir que esse dinheiro chegue nas escolas e que seja utilizado com o objetivo de melhorar a qualidade da educação oferecida nesses espaços de formação. Esse é o primeiro ponto, e não pode ser ignorado.

    Uma outra questão central é a forma como o sistema de ensino está estruturado, a meu ver, o modelo disciplinar, no qual as diferentes áreas não se comunicam, é uma razão importante para os problemas enfrentados com o ensino de matemática. Assim, como podemos ver, o problema do ensino de matemática vai muito além da alçada do professor de matemática. O objetivo do ensino não pode ser simplesmente preparar os alunos para o ano seguinte, reproduzindo um modelo de formação punitiva e que visa o controle dos indivíduos.

    Finalmente, temos a importantíssima questão da formação do professor de matemática, que é onde nós da ANPMat temos maiores chances de colaborar. Nesse aspecto, um trabalho importante já vem sendo feito por meio dos Simpósios da Formação do Professor de Matemática, reunindo professores para discutirem sobre suas práticas.

    No sentido de tentar não deixar a pergunta sem resposta, penso que precisamos criar mais espaços para debater questões como “qual a finalidade daquilo que ensino?” ou “como o aluno aprende?”. A meu ver, o problema do ensino de matemática vai além de um despreparo no que diz respeito ao domínio de conteúdos matemáticos em si. O problema começa com o desconhecimento de metodologias para o ensino desses conteúdos, é verdade, mas vai muito além disso, esbarra nas próprias concepções de ensino que nós, professores de matemática carregamos conosco. E eu não digo isso pensando nos colegas professores, falo isso começando por mim mesmo. Precisamos sair do “modo automático” e começar a refletir sobre nossas práticas docentes.

    Precisamos ter em mente que não se trata apenas de melhorar o ensino de matemática, o professor de matemática não está e não pode trabalhar isolado, pensando apenas em seu nicho, trata-se de melhorar o ensino como um todo. Precisamos pensar em conjunto com os colegas de outras áreas do conhecimento sobre que tipo de pessoa desejamos formar, meros reprodutores e defensores do modelo injusto de sociedade que temos vivenciado ou cidadãos dispostos a agir sobre essa realidade para transformá-la? Penso que é urgente nos fazermos a pergunta: “o que estamos ensinando e a forma como estamos ensinando têm contribuído em qual dessas direções?”.

    4- Como foi a sua experiência com o PROFMAT? O que mudou na sua vida com o PROFMAT?

    Como disse antes, o PROFMAT mudou completamente a minha vida. A possibilidade de fazer o mestrado permitiu que mais tarde eu me torna-se professor da universidade. Hoje eu atuo como professor do curso de licenciatura integrada em matemática e física da Universidade Federal do Oeste do Pará, a Ufopa, mas, logo que me formei, tive o privilégio de ser um dos egressos do programa sorteado para realizar um curso de Didática da Matemática em Paris. Passei quatro semanas naquele belíssimo lugar, convivendo com outros 25 professores, também egressos do PROFMAT, das mais diversas regiões do país. Até hoje muitos de nós mantemos contato e essa rede de contatos que foi criada lá é importantíssima. Foi por causa deles que comecei a participar dos Simpósios e foi daí que veio meu envolvimento com a ANPMat. Então posso afirmar que, se hoje faço parte da ANPMat, é graças ao PROFMAT.

    Mas minha relação com o PROFMAT não termina por aí. Já na universidade, comecei a atuar como professor assistente e depois efetivo dentro do programa. Já fui vice-coordenador do programa na Ufopa e hoje faço parte da comissão nacional de avaliação dos discentes do programa.

    Resumindo, apesar de todo conhecimento construído durante os dois anos de curso, avalio que a principal marca que o PROFMAT deixou em minha vida foi essa rede de contatos maravilhosa que foi criada, desde os colegas e professores do curso, até os colegas professores que passei a conhecer dos mais diversos cantos do país.  Todos os dias aprendo muito com eles.

    5- Como está sendo a sua experiência com as aulas e atividades on-line? Alguma dica que considera interessante para o ensino remoto?

    Minha experiência com o ensino remoto está sendo melhor do que o que eu esperava. Minha preocupação é com aqueles alunos que, por uma razão ou por outra, acabam excluídos desse processo. Muitos alunos não conseguem ter acesso a uma conexão de qualidade e acabam prejudicados. O processo de exclusão acaba se intensificando com o ensino remoto. Atualmente, por exemplo, estou trabalhando remotamente o conteúdo de Geometria Espacial com uma turma em que um dos alunos é cego. Tem sido um desafio. O que fiz para tentar contornar o problema foi levar até a casa dele algumas peças em acrílico disponíveis em um dos laboratórios da universidade, para que ele pudesse manipulá-las enquanto os conceitos são trabalhados à distância. Mesmo assim, não consigo deixar de pensar que poderia auxiliá-lo de maneira muito melhor se não fosse necessário manter o isolamento.

    Para mim, a transição foi menos dura do que imagino que tenha sido para muitos colegas, pois, ainda quando estava atuando de forma presencial, já vinha me servindo de estratégias como uso de ambientes virtuais de aprendizagem para tentar ampliar as possibilidades de interação ou de softwares como o GeoGebra para desenvolver atividades com os alunos. Mas acho que o que tornou essa transição ainda menos dolorosa foi o fato de que meus paradigmas sobre os processos de ensino-aprendizagem e de avaliação sofreram muitas transformações antes de entrarmos na pandemia.

    Imagino que o ensino remoto tenha sido muito doloroso para professores que ainda enxergavam o processo de avaliação dentro de uma perspectiva de controle e atribuição de notas a partir da realização de provas. Afinal, como fiscalizar o aluno nesse contexto de aulas remotas? Como se certificar se não estão colando? Se são eles mesmos que estão realizando os trabalhos?

    Vejam que a solução para essas perguntas não está em criar mecanismos tecnológicos de fiscalização e controle dos alunos, mas em uma mudança de concepção da parte do professor, que precisa ser capaz de perceber que o processo de avaliação não tem um fim em si mesmo, mas visa responder à pergunta “o aluno está aprendendo?” com a finalidade de garantir que essa aprendizagem ocorra por meio de mudanças nos métodos de ensino-aprendizagem adotados e não com o intuito de produzir uma nota que não implicará em qualquer mudança nas estratégias de ensino utilizadas pelo professor.

    Reduzir os processos de exclusão criados pelo acesso desigual que as pessoas têm à tecnologia depende de uma vontade governamental que não temos visto, e exige organização, articulação e luta por parte da sociedade. Isso leva tempo, mas precisa ser feito. Entretanto, minha dica para estes tempos de ensino remoto é que mais do que nos apropriarmos da tecnologia disponível para reproduzir um modelo tradicional de ensino que já se provou ineficaz em muitos aspectos, possamos nos agarrar a este momento em que estamos aprendendo tantas coisas diferentes para realmente promovermos um ensino diferente, no sentido de migrarmos de um modelo meramente reprodutor para um transformador da realidade.

    Entrevista com o prof. Lucas Maciel, secretário regional da ANPMat da região Sul.

    1- Fale um pouco sobre sua formação, trajetória e atuação no Ensino de Matemática.

    Fiz Licenciatura em Matemática pela UFPEL, formado em 2014, Pós-Graduação em Metodologia do Ensino de Física e Matemática pela Uninter e Comecei o Mestrado ProfMat na UFSM na qual ainda falta a conclusão. Sempre tive curiosidade e fascínio pela área das exatas, na qual me identifiquei. Tive outras oportunidades fora da educação, mas não consigo me imaginar fora deste ramo.

    Atuei por 5 anos na educação pública, mais precisamente como professor estadual no ensino médio e fundamental e posterior a isso resolvi mudar da esfera pública e atualmente leciono na rede privada de educação, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio além de cursos preparatórios para Enem, vestibulares e concursos em geral.

    2- Como você vê a importância da atuação da ANPMat no atual cenário?

    A ANPMat vem desenvolvendo um trabalho de suma importância que é a formação e capacitação dos profissionais da educação matemática em âmbito nacional.  Com este objetivo, a ANPMat contribui para formação continuada em dos Professores da educação básica, além de promover simpósios com mostras de experiências, ministração de minicursos, apresentação de trabalhos, comunicação oral, palestras de diversos temas relacionados a educação matemática.

    Mesmo com as restrições do cenário atual, a associação vem se empenhando e contribuindo de forma incansável na educação. Um exemplo é o circuito de lives, na qual em cada live é discutido um novo assunto que visa contribuir para a educação básica. 

    3- Na sua opinião, o que podemos fazer para melhorar o ensino de   Matemática na Educação básica do Brasil?

    Creio que já temos uma parte da solução, que é o ProfMat, mas precisamos dissemina-lo em larga escala, com recursos e incentivos para que este possa alcançar mais professores da educação básica. Outra sugestão seria fomentar cada vez mais a formação continuada de modo sistêmico em todas as regiões do Brasil, visando ter uma abrangência maior de professores se capacitando continuamente para daí então começarmos a ter uma melhora no ensino de Matemática no Brasil.

    4- Como foi (ou está sendo) a sua experiência com o PROFMAT? O que mudou na sua vida com o PROFMAT?

    O PROFMAT mudou e está mudando o meu jeito de enxergar a aplicação matemática dentro e fora da sala de aula. A aplicabilidade de contextos matemáticos faz muito mais sentido quando enxergamos por outras perspectivas.  Tenho um caminho ainda para percorrer, mas posso garantir que desde o começo eu aprendi muito e já pude compartilhar ensinamentos obtidos neste programa.

    5- Como está sendo a sua experiência com as aulas e atividades on-line? Alguma dica que considera interessante para o ensino remoto?

    Para mim, está sendo uma novidade, pois nunca tinha trabalho neste modelo.  Posso dizer que estou me adaptando e também gostando desta metodologia. Para nós professores, eu diria que a escolha do local para a transmissão online conta bastante. Poder escolher um lugar sem ruídos, com boa ergonomia e boa conectividade é o essencial para o bom trabalho nas atividades online.